Travesseiro (RS)- A Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou a primeira morte por leptospirose na crise climática que afeta o RS desde o fim de abril.
A vítima, Eldo Goss, 67 anos, era morador de Travesseiro e morreu no Hospital Bruno Born, em Lajeado.
A morte ocorreu na sexta-feira (17), com sintomas aparecendo desde o dia 9. Desde o início de maio, o RS registrou 19 casos confirmados e 304 suspeitos de leptospirose.
Antes do período de calamidade, registraram seis óbitos e 129 casos até 19 de abril. Em 2023, houve 25 mortes e 477 casos confirmados.
O que é a doença e como se prevenir?
A leptospirose é uma enfermidade infecciosa transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais – principalmente ratos – infectados pela bactéria Leptospira. Situações de enchentes aumentam os casos. A doença apresenta risco de letalidade que pode chegar a 40% nos casos mais graves, segundo o Ministério da Saúde (MS).
A bactéria pode entrar no corpo humano por meio de cortes ou arranhões e através das mucosas, sobretudo a boca. Os sintomas mais comuns são a febre alta, dor muscular (principalmente na panturrilha), dor abdominal, icterícia (coloração amarelada na pele), calafrios, fadiga, diarreia, náuseas e vômito. Especialistas indicam que casos suspeitos devem imediatamente buscar assistência média. O período de incubação é de sete a 14 dias, mas alguns sinais podem levar até um mês para aparecerem.
Segundo o Ministério da Saúde, a evolução para quadros graves ocorre em 15% dos casos. A manifestação clássica da leptospirose nesse tipo de paciente é a síndrome de Weil, caracterizada pela chamada tríade de icterícia (tonalidade alaranjada muito intensa – icterícia rubínica), insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar.
As manifestações da leptospirose variam de formas assintomáticas até quadros graves que podem levar o paciente à morte. O diagnóstico é feito a partir da coleta de sangue no qual é verificado se há presença de anticorpos para leptospirose (exame indireto) ou a presença da bactéria (exame direto).
A limpeza da lama de enchentes deve ser feita com equipamento de proteção, pois a bactéria pode infectar superfícies como móveis, paredes e chão. Para isso, deve-se usar luvas e botas de borracha e lavar o local com uma solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, na seguinte proporção: para 20 litros de água, adicionar duas xícaras de chá (400mL) de hipoclorito de sódio a 2,5%. A solução deve agir por 15 minutos.
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