
Houve propina a jogadores que atuaram pelo Brasileirão 2022 e estaduais de 2023
A Operação Penalidade Máxima é uma investigação que ocorreu nos últimos meses para combater a manipulação de jogos no futebol brasileiro, focando nas partidas do Brasileirão 2022 e estaduais de 2023. De acordo com o Ministério Público de Goiás, uma organização criminosa especializada em corromper jogadores de futebol e lucrar com apostas esportivas estava no centro desse esquema.
A organização criminosa era composta por oito membros, e o dinheiro utilizado para realizar as apostas e pagar os jogadores era fornecido por investidores. Para ampliar os lucros e ocultar os verdadeiros beneficiários, o grupo utilizava uma variedade de contas de terceiros.
Os intermediários desempenhavam um papel crucial no esquema, fornecendo e estabelecendo contatos com jogadores dispostos a participar da corrupção.
Os jogadores recebiam ofertas financeiras que variavam de 50 mil a 500 mil e recebiam adiantamentos para executar as ações desejadas pelos apostadores. Essas ações incluíam o cometimento de pênaltis, a obtenção de cartões amarelos ou vermelhos em determinada etapa da partida e a criação de diferenças de gols no primeiro tempo.
Os investigados principais no caso são Bruno Lopez de Moura, apontado como líder da organização e dono da empresa BC Sport Management, e sua esposa Camila da Silva Motta, responsável pelos pagamentos aos jogadores aliciados. Além disso, 16 jogadores das Séries A e B do Brasileirão foram denunciados pelo Ministério Público de Goiás por envolvimento na manipulação de apostas esportivas.
O contato com os jogadores era feito por meio do WhatsApp, e as negociações envolviam a oferta de valores antecipados como garantia. Os jogadores recebiam o restante do pagamento após a execução das ações acordadas.
O lucro do grupo criminoso provinha das apostas esportivas realizadas em sites, utilizando contas criadas especificamente para esse fim. As apostas eram feitas no modo “combinado”, em que várias situações eram apostadas dentro de uma mesma aposta, com o objetivo de maximizar os ganhos e ocultar a identidade dos verdadeiros beneficiários.
Os jogadores envolvidos no esquema correm o risco de serem banidos do futebol e enfrentar penalidades legais. Eles poderão ser denunciados no Superior Tribunal de Justiça Desportiva e responder por infrações ao Código Brasileiro de Justiça Desportiva e ao Estatuto do Torcedor, podendo enfrentar multas, suspensões e até mesmo a eliminação do esporte, além de possíveis penas de reclusão.
São eles
EDUARDO BAUERMANN (SANTOS)
PAULO MIRANDA E GABRIEL TOTA (JUVENTUDE)
IGOR CARIÚS (CUIABÁ)
FERNANDO NETO (OPERÁRIO)
VICTOR RAMOS (CHAPECOENSE)
MATHEUS GOMES (SEM CLUBE)
Outros atletas investigados
Allan Godói (zagueiro, Operário-PR)
André Luiz (volante, ex-Sampaio Corrêa)
Gabriel Domingos (volante, Vila Nova)
Joseph (zagueiro, ex-Tombense)
Paulo Sérgio (zagueiro, ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário)
Romário (meia, ex-Vila Nova)
Mateusinho (lateral-direito, ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá)
Ygor Catatau (atacante, ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã).