Jaguari: militar da reserva pega 19 anos pela morte de servidor público

Apesar da condenação, ele continuará com seus benefícios, incluindo a aposentadoria até o fim dos recursos cabíveis

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O Tribunal do Júri de Jaguari condenou Leones Albaces Oliveira Dalosto (de 60 anos) a 19 anos e três meses de prisão, inicialmente em regime fechado.

Em 2022 ele matou a tiros o servidor público Gustavo Medeiros, de 28 anos (Guga), o que foi considerado homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e sem possibilidade de defesa da vítima).

A sentença foi proferida pela juíza Mariana de Magalhães Trindade por volta das 18h, após um julgamento que durou 9h. Ela disse que cabe recurso a outras instâncias.

Ele saiu em uma viatura do Exército

Dalosto é militar reformado e cumprirá a pena em uma unidade do Exército em Santiago. O promotor Eduardo da Silva Fagundes destacou que o estatuto do Exército orienta que militares devem cumprir suas penas em unidades militares.

Apesar da condenação, Leones Dalosto, como militar da reserva, ele continuará com seus benefícios, incluindo a aposentadoria.

O CRIME – Em 2022, Gustavo Medeiros levou 5 tiros, disparados pelo acusado Leones Dalosto (58 anos), sendo que três acertaram a vítima. Um tiro no braço, outro nas costas e um na nuca, o qual acabou atingindo o cérebro. Ele chegou a ser levado ao hospital de Santa Maria, mas não resistiu e morreu horas após o crime.

Possibilidade de expulsão

A expulsão de um militar da reserva é um processo complexo e ocorre apenas após o trânsito em julgado da sentença. Ele pode perder sua condição e seus benefícios se for condenado a mais de dois anos de prisão por sentença transitada em julgado, conforme previsto no Estatuto dos Militares (Lei nº 6.880/1980).

MAIS DETALHES DO CRIME

Como tudo aconteceu: “Eu disse que ia te matar”
Leones chegou à secretaria de Educação, que fica ao lado da secretaria onde Gustavo trabalhava, e perguntou onde era a de Turismo. Uma funcionária teria indicado onde seria a sala. Dalosto então foi até o local, avistou a vítima e iniciou os disparos e ainda dizia: “Eu disse que ia te matar”.

Tranquilidade
Após os disparos, segundo testemunhas, o assassino saiu caminhando, entrou em seu carro e ficou foragido até o começo da noite de quinta, 21, quando se apresentou na delegacia de Santiago, com seu advogado, que é de São Borja.

Arsenal em casa e no trabalho
Na casa e no local onde Dalosto trabalhava os agentes da Polícia Civil encontraram duas armas longas, uma pistola e diversas munições de diferentes calibres.

ACUSAÇÃO do Ministério Público:

  • “Leones atirou na vítima pelas costas, indefesa e sem nenhuma possibilidade de reação;
  • O crime foi por motivo torpe;
  • Crime impulsionado pela ganância da venda de imóveis;
  • Muitos vieram buscar a esperança no dia de hoje;
  • Não estamos julgando rosto ou folha de papel e sim vidas;
  • Guga era alegre e trabalhador e foi morto com um único motivo: a vontade do Leones e puxar o gatilho de sua arma.”
  • “Leones colocou preço na vida de Guga (20 mil reais, que era a comissão que a vítima ganharia com a venda de um imóvel);
  • Leones se diz temente a Deus e leitor da Bíblia, porém faz justiça com as próprias mãos;
  • Leones diz que tentou se defender, e que Guga teria partido para cima dele, porém ele foi até a imobiliária da família de Guga, como estava fechada foi até o local de trabalho de Guga (Secretaria de Turismo, Cultura, Desporto e Laser), atirou em Guga pelas costas.”
  • Veja alguns pontos defendidos pela defesa do acusado
  • “Leones agiu por impulso, motivado pelas inúmeras vezes em que foi chamado de ‘cotoco’ ou sem braço;
  • O acusado é uma pessoa considerada boa por muitos, mas cometeu um ato de violência contra outra pessoa;
  • Leones é uma pessoa dedicada à família, que não abria mão de cuidar de sua mãe doente;
  • Leones formou dois filhos, um médico e outro engenheiro, que sempre se orgulharam do pai. Eles não estão presentes no júri apenas a pedido dos advogados;
  • Leones merece ser condenado, mas não por motivo torpe;
  • Guga era uma pessoa boa, e não merecia ter morrido;
  • A defesa de Leones não pode falar uma vírgula da vítima…”

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