Santa Maria RS – A morte de Valdemar Both, de 58 anos, durante uma abordagem da Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram), na tarde de terça(1º), na localidade de Radar, distrito de Palma, interior de Santa Maria, comoveu a comunidade e abalou a família, que agora busca esclarecimentos sobre o ocorrido.
Segundo a Brigada, os policiais foram até o local averiguar uma denúncia de crime ambiental. No entanto, a ocorrência não teria relação com Valdemar, mas sim com o proprietário da área, que não se encontrava no local no momento da ação. A família conta que Valdemar havia alugado a propriedade e estava no terreno cortando lenha quando foi abordado.

O filho da vítima, Gabriel Both, de 21 anos, relatou como soube da morte do pai. Ele conta que estava trabalhando nas proximidades quando recebeu uma ligação de Valdemar.
— Meu pai me ligou por volta das cinco da tarde dizendo que não conseguiria me buscar porque a polícia estava lá. Achei que fosse algo simples. Mas, ao retornar e me aproximar de casa, vi um grande movimento na estrada. Foi quando alguém comentou que havia um corpo ali. Fiquei sem entender — relata Gabriel.
VEJA AQUI O VÍDEO DA ABORDAGEM
Ele se dirigiu até a barreira policial e, ao se identificar como filho de Valdemar, recebeu a notícia de que os policiais aguardavam o Samu para confirmar a morte.
— Quando o policial disse isso, eu perguntei: “Que óbito?” Foi um choque pensar que poderia ser algo com o pai.
Na esperança de que ele tivesse apenas passado mal, talvez devido a um susto, Gabriel acessou as câmeras de segurança da propriedade para tentar entender o que havia acontecido. As imagens mostraram toda a movimentação desde a chegada dos policiais.
— Vi que o atrito começou logo no início. Tudo saiu do controle muito rápido. Vi os disparos, ouvi os gemidos. Foi muito triste. O pai estava ali, gemendo de dor — desabafa.
Além da dor da perda, a família relata dificuldades para obter informações oficiais. Gabriel conta que tem enfrentado obstáculos para saber sobre os trâmites da necropsia e a liberação do corpo.
— A gente precisa perguntar demais para receber o mínimo. Isso chateia muito — diz o jovem.
Gabriel também relembra o momento em que sua mãe chegou ao local. Ela estava trabalhando em Camobi e foi até lá em desespero.
— Quando chegou, desceu do carro gritando, querendo ver o pai. Foi um momento muito difícil.
Sobre o histórico da família
— Nunca tivemos complicações com a polícia ou com qualquer autoridade. Sempre vivemos de forma tranquila, com respeito.
— Meu pai era um trabalhador, uma pessoa do bem, querido por todos, amigo dos vizinhos. Nunca tivemos problema com ninguém aqui. É difícil acreditar que ele se foi — conclui Gabriel, filho único.
Natural de Vista Gaúcha na divisa com Santa Catarina, Valdemar era agricultor e vivia da lida no campo.
Em nota, a Brigada informou que foi instaurado um inquérito para apurar os fatos. Segundo o comunicado, os policiais teriam sido surpreendidos “por golpes de machado” desferidos por Valdemar, e os disparos partiram da guarnição em resposta à suposta agressão.
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), conduz a investigação. A família é representada pelo advogado Márcio Batista Obetine.
Fonte: Diário de Santa Maria
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