Igrejinha, RS– A morte das irmãs gêmeas Manuela e Antônia Pereira, de apenas seis anos, em outubro de 2024, vai parar nos tribunais. A mãe das meninas, Gisele Beatriz Dias, de 43 anos, será julgada pelo júri popular. Ela está presa preventivamente desde então, na Penitenciária Feminina de Guaíba.
Antes de morar em Igrejinha, Gisele vivia em Santa Maria com o marido e os quatro filhos: as gêmeas, uma filha mais velha e o primogênito Michel Percival Pereira Júnior. Em 2022, Michel, então com 22 anos, foi assassinado a tiros em um caso ligado ao tráfico de drogas. A morte dele abalou profundamente a família, e Gisele passou a apresentar sinais de depressão e instabilidade emocional. Pouco tempo depois, ela se mudou com parte da família para Igrejinha. A filha mais velha, hoje com 19 anos, continuou em Santa Maria.
Em setembro de 2024, Gisele foi internada na ala psiquiátrica do Hospital Bom Pastor. No mês seguinte, as duas filhas gêmeas morreram com poucos dias de diferença, na casa onde a família morava, no bairro Morada Verde.
As mortes das gêmeas
Manuela morreu no dia 7 de outubro, e Antônia no dia 15. A causa da morte de Manuela foi registrada como hemorragia pulmonar. Já a de Antônia ainda não foi esclarecida — está como indeterminada.
Após a segunda morte, a polícia começou a investigar a possibilidade de crime. Inicialmente, foi levantada a hipótese de envenenamento, mas exames do Instituto-Geral de Perícias não encontraram substâncias tóxicas. O Ministério Público agora acredita que as meninas foram mortas por sufocamento.
Investigação
Foram ouvidas 25 pessoas, entre médicos, peritos, vizinhos e familiares. O delegado Ivanir Caliari afirmou que Gisele era possessiva e ciumenta com o marido, Michel Pereira, e que teria perdido o controle emocional ao perceber que ele estava se afastando. A polícia acredita que as mortes podem ter sido uma forma de atingir o pai das crianças.
A filha mais velha de Gisele contou à polícia que a mãe já teria tentado envenenar o pai das meninas e não descartou a possibilidade de ela ter feito algo contra as irmãs. Familiares também descreveram o comportamento da mãe como instável e excêntrico após a morte do filho mais velho.
A Justiça decidiu que há elementos suficientes para levar Gisele a julgamento. A data do júri ainda será marcada, e a prisão preventiva da acusada foi mantida.
A versão da defesa
O advogado José Paulo Schneider, que representa Gisele, afirmou que a defesa recebeu com tranquilidade a decisão e já entrou com recurso. Ele questiona a conduta do juiz, alegando suspeição por inimizade, e critica o fato de não ter sido autorizado um exame de sanidade mental, mesmo após sinais de instabilidade emocional.
Segundo o advogado, o próprio Tribunal de Justiça já havia reconhecido a possibilidade de Gisele ter desconexão com a realidade. A defesa também reclama da decisão do Ministério Público de desistir do depoimento do pai das meninas, que, segundo Schneider, teria informações importantes, especialmente sobre o dia da morte de Manuela.
O advogado finaliza dizendo que o processo está sendo conduzido de forma desigual, que a defesa está sendo cerceada e que Gisele tem direito a um julgamento justo, com garantias legais e respeito à sua história e condição de saúde mental.
Fonte: Bei
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