Brasília, DF – A ameaça de Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto expôs uma crise no agronegócio. O setor, que sempre se apoiou no discurso de união com os EUA, agora se vê dividido entre manter apoio político a Jair Bolsonaro e exigir do governo Lula uma resposta estratégica.
A lei da reciprocidade entrou em campo — e depois sumiu
Aprovada em abril, com apoio da base ruralista, a Lei da Reciprocidade previa justamente isso: retaliar medidas comerciais abusivas de outros países. Mas diante da ameaça dos EUA, o mesmo grupo que apoiou a lei agora evita falar nela. Lideranças como a senadora Tereza Cristina defendem cautela e uso da norma apenas como “último recurso”.
Bolsonaro como estopim do conflito comercial
O impasse se agravou após Trump justificar o tarifaço alegando perseguição a Bolsonaro no Brasil. A Frente Parlamentar da Agropecuária passou a cobrar “resposta estratégica”, mas sem citar diretamente a lei. Enquanto isso, nomes como Nabhan Garcia minimizam o impacto da tarifa e isentam Bolsonaro de responsabilidade, mesmo reconhecendo o embate geopolítico.
Setor cobra diálogo e vê economia refém da política
A CNA, principal entidade do agro, criticou a radicalização política e disse que a economia “não pode ser refém de narrativas”. Também cobrou do governo Lula mais pragmatismo, e acusou a gestão de reforçar antagonismos que prejudicam o país.
Governo vai tentar ganhar tempo com os EUA
Após reuniões com setores do agro e da indústria, o Planalto estuda pedir aos EUA um adiamento de 90 dias na aplicação da tarifa, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. A ideia é abrir espaço para negociação antes que o impacto atinja em cheio a exportação brasileira.
Fonte: Folhapress.
LEIA TAMBÉM: Jovem é morta com mais de 40 facadas pelo irmão no RS
Acompanhe o NP pelas redes sociais:
- Tiktok: @np.expresso
- Comunidade no WhatsApp: Clique Aqui
- Instagram: npexpresso
- Facebook: NPExpresso