Nacional – Não é preciso ser especialista para saber que abastecer em qualquer posto pode trazer riscos. Mas, com a criatividade de golpistas — e até de organizações criminosas — as fraudes no setor avançaram muito além da gasolina adulterada, tornando os motoristas cada vez mais vulneráveis.
O Instituto Combustível Legal (ICL), criado em 2016 para combater o mercado irregular e fiscalizar a qualidade dos combustíveis no Brasil, acompanha de perto essas práticas. Carlo Faccio, diretor executivo da entidade, lista os principais golpes aplicados atualmente nos postos e dá dicas de como evitá-los.
1. Gasolina adulterada
Misturas ilegais com etanol, solventes ou até metanol comprometem o motor e a eficiência do carro. Em 2025, o ICL já registrou casos de gasolina com até 80% de etanol, muito acima do limite legal de 30%. Além disso, há postos que trocam os combustíveis nas bombas, vendendo comum como se fosse aditivada ou aditivada como premium.
Como evitar: abasteça apenas em postos de confiança, preferencialmente de bandeiras reconhecidas.
2. Etanol com água
Fraude antiga e ainda comum: a adição de água ao etanol. Em alguns casos, a água é até injetada diretamente no tanque do veículo. Isso causa perda de potência e danos em peças como os bicos injetores.
Como evitar: escolha sempre postos já conhecidos ou recomendados por pessoas de confiança.
3. Fraude no volume abastecido (“bomba burra”)
As bombas adulteradas registram mais combustível do que realmente foi colocado no tanque. O ICL já identificou diferenças de até 31%. Essas bombas podem ser controladas por aplicativos ou controles remotos, dificultando a fiscalização.
Como evitar: peça combustível por litro e não por valor. Conhecer a capacidade do tanque também ajuda a identificar irregularidades.
4. Postos “clones”
Estabelecimentos falsificam bandeiras conhecidas, imitando cores, logotipos e até uniformes para enganar motoristas. Normalmente, atraem clientes oferecendo preços bem abaixo da média.
Como evitar: desconfie de valores muito abaixo do mercado e verifique sempre se a bandeira é legítima.
5. Exigir pagamento apenas em dinheiro ou Pix
Postos que aceitam apenas esses métodos, principalmente à noite ou nos fins de semana, muitas vezes fazem parte de esquemas para lavar dinheiro. Além disso, costumam oferecer combustível de má qualidade.
Como evitar: desconfie de estabelecimentos que restringem a forma de pagamento.
6. Óleo lubrificante falsificado ou reutilizado
Alguns postos vendem óleo fora da especificação correta, de fornecedores não autorizados, ou até reutilizam o produto de outros veículos.
Como evitar: siga as orientações do manual do carro, exija nota fiscal e prefira marcas com selo da ANP.
Atenção redobrada
Fraudes em postos podem mudar rapidamente, até em locais que pareciam confiáveis. A recomendação do ICL é sempre avaliar a reputação do posto, buscar indicações e, em caso de suspeita, fazer denúncia à Agência Nacional do Petróleo (ANP).
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