Muçum (RS) – Miguel Rissi Picolli, 20 anos abandonou os estudos e o trabalho no interior do RS para se alistar como voluntário na guerra da Ucrânia. No último dia 7 de setembro, ele embarcou para um intenso treinamento militar no Leste Europeu. Aos pais, Miguel disse que faria um intercâmbio em Lisboa, Portugal, e só depois telefonou da Polônia informando que iria participar do conflito.
Até pouco mais de seis meses atrás, Miguel cursava Ensino Técnico em Agronegócios na Univates, em Lajeado, e trabalhava com o pai na lavoura e em aviários. Nos últimos meses, dedicou-se a pesquisas sobre conflitos e treinamentos militares. Os treinamentos incluem exercícios físicos, marchas de até 20 km, treino de tiro e disciplina rigorosa, com punições para quem não cumpre as regras.
Miguel integra um grupo de cerca de 200 voluntários de diferentes países em uma cidade ucraniana próxima à fronteira com a Polônia. Apesar do risco, mantém contato diário com a família por mensagens e videochamadas. Ele afirmou ao Estadão que não se arrepende da decisão e que não se motivou pelo dinheiro, mas pela experiência e pelo desejo de atuar no conflito.
O salário inicial para voluntários em treinamento é de US$ 550, podendo chegar a US$ 4,8 mil ao serem enviados à linha de frente. Em caso de morte, a indenização prevista é de aproximadamente US$ 360 mil.
Desde o início da invasão russa, estima-se que até 100 brasileiros se alistaram para lutar na Ucrânia, com nove mortos e 17 desaparecidos, segundo dados do Itamaraty. Relatos de voluntários apontam que as condições muitas vezes não correspondem às promessas feitas.
Fonte: Agora no Vale
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