O cantor e compositor jaguariense Nilton Ferreira, respeitado nome da música nativista, denunciou o uso de inteligência artificial (IA) na criação de canções destinadas a tradicionais festivais.
Em entrevista ao blog Repórter Farroupilha (G1), Nilton Ferreira revelou ter sido procurado recentemente por um suposto “poeta” para regravar uma música — com letra e melodia criadas integralmente por IA — que seria inscrita na próxima edição da Califórnia da Canção Nativa, em Uruguaiana.
O artista contou que percebeu de imediato que se tratava de IA devido às “métricas apressadas” e ao sotaque na voz da gravação original, que não era regional. Nilton orçou em 6 mil o custo para reconstruir a obra de forma legítima, reformulando a letra e melodia, mas o cliente desistiu por considerar o valor alto.
Nilton Ferreira criticou a prática, dizendo que o festival é um “laboratório de novos talentos” para quem busca seu lugar com dedicação, e não para recursos artificiais.
Califórnia da Canção Nativa confirma exclusões
A denúncia trouxe à tona uma preocupação já existente na organização da Califórnia da Canção Nativa. Maxsoel Bastos Freitas, da comissão organizadora, confirmou ao blog Repórter Farroupilha que o festival excluiu mais de dez músicas da triagem na edição de 2024 (passada) por suspeita de terem sido produzidas com o auxílio de inteligência artificial.
Segundo Freitas, as obras feitas por IA se tornam evidentes “por uma série de fatores” que a comissão técnica consegue identificar.
(Fonte: Giovani Grizotti)
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