Cacequi – RS – A antiga força ferroviária que impulsionou a economia local perdeu o brilho depois do colapso da Rede Ferroviária Federal. A RFFSA entrou em declínio nos anos 1990, após longo período de sucateamento e falta de investimento.
Retrato do abandono
Cacequi vive hoje uma realidade bem diferente daquela época em que o trem ditava o ritmo da cidade. O Porto Seco, criado como símbolo de expansão e modernização, perdeu movimento, e a ferrovia que já sustentou empregos e dinamizou a economia virou um retrato do abandono. Entre trilhos enferrujados, prédios caindo e um fluxo mínimo de vagões, moradores lembram de um tempo em que a estação era cheia de gente e mercadorias, e apontam que o município nunca mais foi o mesmo depois do colapso da antiga rede federal.

Relembre a história
Em 1996 começou a privatização e, em 1997, a Malha Sul passou para a Ferrovia Sul Atlântico, que depois virou ALL. A extinção formal da rede ocorreu em 2007. Com o tempo, as concessões mudaram de mãos e a Rumo assumiu o controle ao absorver os ativos da ALL, ficando responsável pelos trechos que ainda operam no RS. Mesmo assim, a malha nunca recuperou a força e segue distante do papel que já teve no desenvolvimento da região.


O Porto Seco de Cacequi nasceu como aposta de crescimento. Em 2003 foi firmado o protocolo para instalação do entreposto, e em 2006 a estrutura recebeu investimentos da ALL e de empresas ligadas ao setor agrícola.
Armazéns, silos e fluxo de transbordo fortaleceram o escoamento da safra e ajudaram a consolidar o município como ponto estratégico entre estrada e ferrovia. Mas a população lamenta a queda brusca desse movimento.
Hoje passam apenas um ou dois trens por dia, trazendo principalmente defensivos agrícolas. A antiga estação, que já recebeu passageiros e cargas, está despencando, tomada por lixo, mato e até recipientes com água parada, sujeitos a mosquitos da dengue.
Para muitos moradores, incluindo o vereador Arthur Rumpel (foto) a cidade desceu ladeira abaixo desde o fim da rede federal, e o abandono visível dos prédios resume a saudade de um tempo em que Cacequi pulsava ao ritmo dos trens.

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