Santiago — Nos anos 2000, a “indiada” que frequentava CTGs ou clubes era mais tímida quando se tratava de dançar uma boa vaneira ou chamamé.
Tirar alguém para dançar era uma mistura de sentimentos, entre o desejo de arrastar o pé e o medo de passar vergonha por não saber dançar.
As prendas, em especial, sofriam com pisões e cotoveladas vindas de todas as direções.
Foi nesse cenário que surgiram os cursos de dança de salão. Em grandes cidades, esses cursos já eram conhecidos e frequentados, mas, em cidades menores, como Santiago, ainda eram novidade.
Foi então que os professores Charles Militão e Rosane Rodrigues viram uma grande oportunidade e decidiram abrir um curso de dança em Santiago.
Em 2001, nasceu a Academia de Dança Flor de Maçanilha, um projeto que, além de ensinar a dançar, também abordava a questão da indumentária, costumes e conhecimentos sobre os ritmos.
O casal morava em Gravataí, mas tinha raízes em Santiago. Resolveram então voltar para a cidade, sendo acolhidos pela comunidade.
Charles e Rosane foram integrantes da invernada do CTG Aldeia em Gravataí, e o Charles fez os cursos de instrutor diretamente no MTG para poder ministrar os cursos fora.

Início dos cursos
O primeiro lugar a abrir as portas e ser sede dos cursos foi o Clube Sete de Setembro, sob a administração do senhor Orestes. Logo depois, o projeto se expandiu para o CTG Os Tropeiros, o GSSGS e várias escolas, como URI, Apolinário, Isaías, Lucas de Araújo, Monsenhor Assis e APAE, onde realizaram um projeto solidário com crianças especiais.
As aulas eram sempre bem descontraídas, e o curso tinha duração média de três meses. A turma aprendia Milonga, Vanera, Vanerão, Xote, Xote figurado, Bugio, Rancheira ,Chamamé e Valsa. Não somente os passos de cada uma como a identificação dos ritmos a partir das músicas.

Muitos alunos e amizades
Nos cinco anos em que o projeto esteve ativo em Santiago, mais de 2 mil alunos participaram, com diversas formaturas e muitas amizades ao longo do caminho.
Além dos cursos, a Academia Flor de Maçanilha também integrou o projeto Escola Aberta, representando as escolas Monsenhor Assis e Isaías, com apresentações em Porto Alegre, Canoas e Dom Pedrito.
Mais de 20 anos depois, os professores Charles e Rosane continuam em Gravataí, onde tocam seu próprio negócio, embora a dança tenha ficado de lado.

Encontro
Alguns alunos e amigos que mantêm contato com os professores Charles e Rosane estão idealizando um encontro em fevereiro de 2025 para relembrar e matar a saudade dos tempos das danças. Para muitos, o projeto foi um divisor de águas em suas vidas, pois o curso proporcionava mais do que apenas ensinar a dançar, tendo um papel fundamental na formação do caráter, personalidade e interação social.
Melhores
em 2005 a Academia Flor de Maçanilha foi premiada no evento Os Melhores do Ano como a melhor Escola de Dança

O projeto foi muito importante para mim por ter sito um movimento de apreciação e valorização da cultura e tradição gaúcha nos jovens da minha época. Aprendemos as danças gaúchas, e fomos mais confiantes e felizes para os bailes e eventos, validando o sentimento que pertenciamos a um grupo. Agora o mais marcante foi que nos propiciou a criação de um vínculo de amizade e companheirismo muito significativo. Éramos jovens que nos reuníamos sempre para confraternizar de várias formas, participamos de muitos eventos, e sempre reafirmando o nosso sentimento de pertencimento ao gauchismo. Muitos desses momentos foram importantes na nossa formação humana, já que alguns eram muito jovens. Aluna Luiziane Madalozzo Scalcon, atualmente morando em Passo Fundo
O flor de maçanilha para min foi um acerto em participar
Foi um aprendizado que cultivo até hoje.
Colocando em prática nos fandangos de Santiago,
Aluno Marcelo Machado, um dos maiores dançadores de Santiago
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