(João Lemes) Estar em uma festa e não beber virou quase um ato de resistência. Em muitos grupos, recusar um copo é o suficiente para ser chamado de “o diferentão”. Quando você menos espera, alguém já colocou uma bebida na sua mão, sem ao menos perguntar se você queria. É como se se divertir e beber fossem coisas inseparáveis, principalmente entre os mais jovens.
O mito da “dose certa”
Tem quem diga que “bebe só socialmente”, ou “só uma dose de leve”. Mas a verdade é direta: não existe dose segura de álcool. Nenhuma. O álcool é um veneno, ainda que legalizado e vendido livremente. Ele não precisa de exagero para fazer mal. Basta estar ali, presente na rotina, disfarçado de hábito comum.
A droga mais prejudicial é a mais aceita
Uma pesquisa do Imperial College de Londres, citada pelo psiquiatra Dartiu Xavier, mostrou que o álcool lidera o ranking das drogas mais nocivas à sociedade. Com 75 pontos, ficou à frente da cocaína, da maconha e até alucinógenos como LSD ou ayahuasca. Isso porque os impactos do álcool vão além do corpo: envolvem custos sociais, prejuízos psicológicos, dependência e problemas mentais.
O disfarce da comemoração
Enquanto drogas como crack têm forte relação com vulnerabilidade social, o álcool abre caminhos silenciosos para vícios mais graves. É vendido em qualquer esquina, anunciado com glamour e normalizado em praticamente todos os eventos. A diferença é só essa: ele é legal. Mas o estrago que causa, muitas vezes, é maior que o das drogas que a sociedade criminaliza.
Fique atento
Beber não te faz mais livre, mais adulto ou mais divertido. E recusar um copo não te faz menos interessante. O que te faz forte é ter consciência de que a festa não precisa começar com um gole. Ela pode começar quando você decide viver com lucidez.
Acompanhe o NP pelas redes sociais:
- Tiktok: @np.expresso
- Comunidade no WhatsApp: Clique Aqui
- Instagram: npexpresso
- Facebook: NPExpresso