Santiago – Desde que se graduou em História, Maria Joceli dos Santos Fiqueiredo seguiu estudando.
E é também Pós-graduada em Psicopedagogia; Tecnologias Aplicada para a Educação.
Com MBA em Liderança e Gestão e está cursando Educação Especial e Inclusiva.
Natural do interior, filha de um capataz e de uma dona de casa, que não tinham estudo, mas entendiam que para “ser alguém”, a pequena Joceli precisava estudar.
Assim, saiu dos braços dos pais e foi acolhida por outra família que residia no distrito de Florida, onde ela estudou na escola Moisés Viana.
Brincar de ser professora fazia parte de sua rotina diária. E todos os dias pedia às professoras pra ficar com os pedacinhos de giz que iriam fora.
Maria Joceli diz que encontrou sua segunda família, sendo pais de coração o seu Celso Pinto e dona Edilce Rigon. E, criada junto com as filhas deles, também acolhida como irmã.
Mais tarde, foi trazida para a cidade, onde iriam todas seguir com os estudos.
Do Isaías à universidade
Mais tarde, cursou Magistério no Isaías e ingressou na antiga Fafis, local que ela considera que tinha professores brilhantes e que muito lhe inspiraram.
Maria Joceli diz que, como negra, nunca sentiu na pele a dor da discriminação.
A não ser o fato de, na infância, alguns colegas provocarem por causa de seu cabelo ou alguma outra situação.
O apelido carinhosa de “Preta” era familiar e houve uma situação em que uma professora chamou a atenção de outro colega que a chamou assim. Mas ela não se incomodava.
“Tive a sorte de não encontrar barreiras sociais e nem étnicas em minha trajetória, mas tenho consciência de que isso é uma exceção. Fui acolhida por uma família que me abriu oportunidades de crescimento.”

Trajetória de dedicação
Ao mesmo tempo em que estudava, precisava também trabalhar.
E suas primeiras experiências foram como babá e empregada doméstica.
Mais tarde, formada, passou em concursos para o município e pro Estado.
Mas a nomeação, em ambos os casos, demorou a chegar.
No início da década de 1990, começou a trabalhar como professora iniciando a lecionar em pequenas escolas no interior de Tupantuba e Lava-Pés.
Depois, veio para o Apolinário e na João Eduardo Witt Shmitz (CIEP), ficou por 14 anos, na área da alfabetização.
Esteve também na Marechal Rondom, no Monsenhor Assis, Bem-me-quer e, por fim, na escola Criança Feliz.
Coordenadora pedagógica
De lá, saiu à convite da secretária de Educação, Mara Rebelo, para ser a coordenadora pedagógica da SMEC.
“Quando se trabalha com gestão escolar, é preciso entender que o trabalho na educação é feita para as pessoas. É pela transformação para melhor, sempre”.
Três grandes paixões
Maria Joceli diz que tem três grandes paixões: Jesus Cristo, seu mestre inspirador; a família (o esposo Paulo, os filhos Murilo e Arthur) e a educação.
Com mais de 30 anos de Magistério, Joceli já poderia se aposentar, mas segue atuando por amor e por acreditar que tem muito a contribuir.
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