Cenas fortes: a escola virou ringue e ninguém viu?

A tortura de uma aluna em MT escancara a falência da infância, da família e do exemplo dentro de casa

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Alto Araguaia – MT – Uma adolescente ajoelhada, sendo espancada por quatro colegas com socos, chutes e até cabo de vassoura. A cena, que ganhou as redes sociais, é um retrato duro da realidade em muitas escolas brasileiras. A agressão aconteceu dentro da Escola Estadual Carlos Hugueney e foi filmada pelas próprias agressoras.

A banalização da violência entre crianças

A vítima, de 12 anos, foi castigada por ter desobedecido uma das “regras” criadas por um grupo de alunas que se organizavam como se fossem uma gangue. Uma das ordens era que ela não podia chorar. Se chorasse, apanharia mais. E apanhou. A polícia descobriu que outras colegas também já tinham sido alvo do grupo, e vídeos dessas agressões estavam nos celulares das meninas.

Segundo a Polícia, o grupo era formado por 20 alunas e funcionava com regras semelhantes às de facções, incluindo hierarquia, normas de conduta e punições. A vítima foi forçada a ajoelhar e proibida de chorar durante a agressão, sob ameaça de mais violência. A Polícia informou ainda que algumas das alunas têm histórico familiar ligado a facções. Uma delas já havia sido conduzida à delegacia por estar acompanhada de um sujeito que portava drogas.

A infância sequestrada

Em depoimento, algumas agressoras revelaram que estavam apenas imitando o que viam em casa. Facções, drogas, adultos criminosos. Meninas de 11, 12 anos vivendo uma infância contaminada pela cultura da violência. O delegado Marcos Paulo apontou que a influência de familiares envolvidos com facção pode ter contribuído para esse comportamento. E ninguém percebeu isso antes?

Cadê os pais? Cadê os responsáveis?

O que está acontecendo com os nossos jovens? Por que uma criança acha normal filmar outra sendo torturada por colegas? Onde estão os pais? Não dá mais pra fingir que isso é “bullying” ou “brincadeira de mau gosto”. Isso é tortura. Isso é crime. E está acontecendo dentro da escola. Com frequência. Só veio à tona porque foi filmado.

E agora, vamos fazer o quê?

A Secretaria de Educação de Mato Grosso disse que vai tomar providências e oferecer apoio psicológico. Ótimo. Mas e as famílias? E a sociedade? Vamos continuar empurrando a culpa para a escola e fingindo que o problema não começa em casa? É hora de acordar. Criança nenhuma nasce agressora. Mas aprende, e está aprendendo muito cedo. E quem não vê isso, está fingindo. (goias24horas.com.br)

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