(João Lemes) Demorou, mas veio. O senador Hamilton Mourão, aquele que sempre foi a sombra mansa de Bolsonaro, resolveu aparecer — e, dessa vez, com firmeza. Disse o que precisava ser dito: “Não aceito que Trump venha meter o bedelho num caso que é nosso”. E não está errado. O Brasil pode até ter muitos problemas internos, mas não precisa de gringo querendo influenciar julgamento nem usar tarifa como moeda de pressão. Mourão foi direto, claro e, surpreendentemente, coerente. Ponto pra ele.
Quem conhece o general sabe que ele costuma caminhar na beirada, sempre diplomático demais, quase nunca contundente. Passou quatro anos dizendo o que Bolsonaro pensava, mas não tinha coragem de articular. E agora, quando quase ninguém esperava, ele se posiciona com lucidez: reconhece que há injustiça no julgamento do ex-presidente, mas afirma que isso é assunto dos brasileiros. E tem razão. A direita brasileira precisa parar de achar que Trump é oráculo. Ele é político dos Estados Unidos — e age como tal.
O que Mourão fez não é só defesa do Brasil — é defesa da soberania, da política com p maiúsculo, do bom senso acima da bajulação. E ainda cutucou Trump no ponto certo: sua política de tarifa vai prejudicar é o próprio povo americano. Mourão entendeu o jogo e deixou claro que o Brasil precisa negociar com firmeza, mas sem perder a dignidade. Parabéns ao senador. Quando a gente menos espera, até o general que andava em silêncio pode mostrar que ainda existe algum senso de responsabilidade no Congresso.
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