Santa Maria, RS – A medida da Arquidiocese de Santa Maria que proíbe festas com bebida alcoólica e música em comunidades católicas completou sete meses em julho e segue até 28 de dezembro, durante o Ano Jubilar. A regra foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Arquidiocesano de Pastoral e se estende às 39 paróquias. A decisão gerou um debate entre fé e cultura.
Visão da arquidiocese: Mais espiritualidade e família
O arcebispo Dom Leomar e parte do clero defendem a norma como um chamado à espiritualidade. Dom Leomar justifica a decisão com base nas diretrizes da Igreja Católica no Brasil, criticando publicamente “música bagaceira” e consumo excessivo de álcool, que considera incompatíveis com os valores católicos.
Segundo Dom Leomar, a medida teve um impacto positivo na participação das famílias. Ele relata que as festas se tornaram mais acolhedoras, com maior envolvimento de crianças e jovens, e mais famílias permanecendo até o fim dos eventos, diferente de antes, quando se retiravam cedo ao início da música alta ou problemas.
Impacto no meio rural: tristeza e esvaziamento
Por outro lado, agricultores e lideranças rurais relatam prejuízos, esvaziamento das capelas e o fim de tradições centenárias. Delcimar Gonçalves Borin, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria, tem recebido relatos semanais de tristeza e frustração desde o anúncio da proibição, em novembro de 2024.
Para Borin, este ano, que deveria ser um ano de jubileu e reflexão, tornou-se o “ano da tristeza” e da “exclusão social” para o pessoal do interior. Ele lamenta que muitas comunidades tenham deixado de realizar suas festas anuais, que são momentos importantes de confraternização para quem trabalha o ano inteiro.
Fonte: Diário de Santa Maria
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