Estado – RS – O uso da inteligência artificial na pesquisa científica vem crescendo e abrindo novos caminhos para a produção do conhecimento. Ferramentas como ChatGPT e Gemini são usadas por pesquisadores para apoiar a escrita, revisão e até o planejamento metodológico. O avanço, no entanto, exige atenção para evitar distorções e garantir que o trabalho acadêmico siga fiel aos princípios éticos e científicos.
Os riscos do mau uso
Um dos pontos que mais preocupa os especialistas é o risco de a tecnologia ser usada para criar artigos sem embasamento real. A IA pode gerar fontes falsas, distorcer dados ou criar resultados inexistentes, o que pode desencadear uma onda de desinformação. Para evitar isso, o processo de revisão por pares e a análise crítica dos próprios pesquisadores continuam sendo fundamentais.
As regras e o compromisso
As universidades e entidades científicas já começam a adotar normas sobre o uso da IA. O professor Lucas Kupssinskü, da PUCRS, lembra que cabe ao pesquisador ser responsável por tudo o que publica. Já a professora Marta Bez, da Universidade Feevale, destaca que é preciso relatar nos trabalhos como e onde a IA foi utilizada, garantindo transparência e respeito à ciência.
A IA como apoio, não como substituto
Na prática, a IA pode ser útil para gerar ideias, estruturar textos ou indicar referências, desde que com o devido cuidado. A professora Juliana Herbert, da UFCSPA, cita o exemplo de um projeto em que o ChatGPT ajuda a simular pacientes para o ensino da psiquiatria. Mas ela reforça: o cientista que repete informações pode ser substituído pela máquina, já o que analisa e compara, jamais.
O cuidado com dados sensíveis
Outro ponto crucial está no tratamento de dados. A professora Isabel Siqueira, também da UFCSPA, lembra que na saúde os dados são sensíveis e precisam passar por comitês de ética e ser devidamente protegidos. O uso da IA nesses casos deve seguir normas rigorosas para não expor informações de forma indevida.
Tecnologia aliada à responsabilidade
Em resumo, a inteligência artificial pode ajudar a acelerar processos e ampliar a produção científica, mas nunca deve substituir o compromisso do pesquisador com a verdade. O futuro da ciência depende do uso consciente da tecnologia, aliado ao rigor e à responsabilidade de quem faz pesquisa.
Fonte: Agência RBS.
Acompanhe o NP pelas redes sociais:
- Tiktok: @np.expresso
- Comunidade no WhatsApp: Clique Aqui
- Instagram: npexpresso
- Facebook: NPExpresso