Nova York, EUA – O historiador Yuval Noah Harari, autor do best-seller Sapiens, voltou a fazer alertas sobre os riscos da inteligência artificial. Em conversa no CEO Council Summit, promovido pelo Wall Street Journal, ele disse que as IAs não são apenas ferramentas, mas agentes autônomos que disputarão espaço com os humanos em todos os setores da sociedade. Segundo ele, o primeiro impacto será sentido no mercado financeiro, por ser um ambiente totalmente baseado em informação.
O risco de uma classe sem função
Harari afirmou que a IA pode criar uma “classe inútil”: milhões de pessoas que perderão relevância no mercado de trabalho porque computadores farão tarefas com mais eficiência. Ele explicou que, ao contrário de tecnologias anteriores, as IAs não precisam da intervenção humana para agir e aprender. Isso, para o historiador, representa uma concorrência inédita na história da espécie.
Corrida por poder e impacto cultural
Outro ponto destacado por Harari é o risco de uma corrida armamentista entre empresas e países para desenvolver a IA. Mesmo quem reconhece a necessidade de cautela teme ficar para trás. Além disso, o historiador comparou o avanço da IA a uma imigração digital em massa: milhões de novos “agentes” inteligentes disputando empregos e até espaço político, sem barreiras físicas para atravessar.
Futuro em aberto e escolhas decisivas
Para Harari, o futuro da IA não está definido. As escolhas políticas e empresariais é que determinarão se essa revolução vai fortalecer a democracia ou abrir caminho para regimes autoritários. Ele lembrou que, assim como no século XX, a mesma tecnologia pode dar origem a sociedades muito diferentes, dependendo das decisões tomadas agora.
Fonte: Wall Street Journal / agências internacionais.