Washington – EUA – A Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, está no centro de uma crise após o vazamento de documentos internos que revelaram que seus chatbots de inteligência artificial foram autorizados a manter conversas de cunho sensual com crianças de até oito anos. As diretrizes, obtidas pela Reuters e detalhadas pela Newsweek, permitiam descrições da aparência física de menores e diálogos românticos, proibindo apenas o conteúdo sexual explícito.
O que os documentos mostraram
Entre os exemplos listados, havia respostas em que os bots tratavam crianças como “obras de arte” e simulavam interações amorosas com adolescentes. Os mesmos critérios também autorizavam o uso de linguagem racista ou violenta desde que em contexto considerado “educativo”, “artístico” ou “satírico”. Para críticos, as permissões mostram falhas graves de supervisão e colocam os menores em risco real de exploração.
A reação política
O escândalo gerou reação imediata no Congresso americano. Senadores republicanos e democratas cobraram investigações e defenderam que empresas de tecnologia não sejam protegidas pela Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações quando se trata de exploração de menores. O episódio fortaleceu o debate em torno do Kids Online Safety Act, projeto que busca impor regras mais rígidas para proteger crianças na internet e que aguarda votação na Câmara dos Representantes.
A resposta da Meta
O porta-voz Andy Stone admitiu que as diretrizes “nunca deveriam ter sido permitidas” e que foram inconsistentes com a política atual da empresa, que proíbe a sexualização de menores. Ele afirmou que o material foi removido, mas reconheceu falhas na aplicação das regras enquanto o documento estava em vigor. Para especialistas e grupos de proteção, o caso mostra que apenas a regulação obrigatória pode garantir segurança real às crianças no ambiente digital.
Fonte: Reuters e Newsweek
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