(João Lemes) A vereadora Alexandra Terra (PP), visivelmente nervosa, afirmou que o único responsável pela pressão americana é a falta de diálogo do governo brasileiro. Nem lembrou de outros episódios que caminham junto com esse tarifaço, como o lobby pela anistia e o perdão aos invasores e depredadores do 8 de janeiro.
Enquanto empresários, governadores, líderes da Câmara e do Senado condenam abertamente a medida dos EUA, ela aponta um único culpado e ignora o papel de quem, de dentro e de fora do país, age contra os interesses do Brasil.
Ninguém aqui pensa que Lula esteja certo; apelas lembramos que só culpar um lado ficou ruim para a vereadora. A qual, condena a violência contra a mulher, mas nunca falou em quem facilitou o uso de armas no Brasil (o último feminicídio no RS, ela e o pai foram mortos a tiros).
O tarifaço americano contra o Brasil virou mais que um problema comercial; é um raio-x da política rasteira que ainda contamina o país. Enquanto empresários, governadores, líderes partidários e até setores da oposição se unem para pressionar Washington a recuar, Eduardo Bolsonaro passeia nos EUA como se fosse embaixador de si mesmo, articulando com Donald Trump e levando na mala uma agenda que interessa mais à sua família do que ao povo brasileiro.
Todos sabemos que os EUA usam de sabotagem de mercado. E como vamos aceitar que um país estrangeiro puna a economia brasileira em troca de pressão política para soltar Jair Bolsonaro e anistiar os que atacaram os três Poderes em 8 de janeiro. É chantagem disfarçada de patriotismo.
E é nesse cenário que surgem vozes como a da vereadora Alexsandra Terra (PP) que sobe à tribuna para culpar exclusivamente o governo federal, esquecendo de citar o papel ativo do “embaixador” Eduardo e o silêncio cúmplice de quem se beneficia do caos. Não é falta de informação; é escolha de lado. Enquanto o Brasil perde mercado, empregos e credibilidade, alguns políticos preferem mirar no adversário e poupar o aliado. Isso não é discurso, é torcida organizada.
Se Lula erra ao não ampliar pontes e diálogos, Eduardo e companhia pecam de forma mais grave: agem como se o fracasso do país fosse vitória eleitoral. E quem finge não ver participa do mesmo jogo. A conta desse tarifaço não será paga em Washington nem na Flórida; será paga aqui, na nossa mesa, no nosso bolso.
Por fim, resta dizer que a vereadora usou de sua liberdade e teve postura. Pior são os outros colegas que estão todos no muro.
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