Santiago/RS – No setembro amarelo, mês de conscientização no trânsito, a discussão sobre segurança foi além das campanhas. O policial militar Anderson Bittencourt Flores, estudioso do tema e integrante do Conselho Municipal de Trânsito, concedeu entrevista ao NP para avaliar a situação em Santiago e apontar novidades que podem transformar a fiscalização na cidade.
NP: O que falta hoje no motorista santiaguense?
Anderson: O que mais falta é habilidade, e não falo de correr como piloto de Fórmula 1. É a habilidade de manobrar, estacionar sem ocupar duas vagas, ter noção de que outra pessoa vai usar o espaço. No dia a dia vemos motoristas que travam o calçadão porque não conseguem fazer uma simples manobra ou que estacionam de qualquer jeito em supermercados. Essas pequenas falhas geram acidentes e transtornos.
NP: Então os problemas não estão na velocidade?
Anderson: Não. Nosso trânsito é lento. As colisões acontecem por erros de manobra, conversões malfeitas ou desatenção. Muitos acidentes nem chegam ao conhecimento da Brigada ou da Guarda porque os motoristas entram em acordo. E a culpa sempre recai na sinalização ou na prefeitura, quando na verdade está no próprio motorista.
NP: Fiscalização resolve?
Anderson: Nenhuma fiscalização vai corrigir motorista sem noção. Mesmo que houvesse um militar em cada esquina, continuariam acontecendo erros básicos. O que pode ajudar é a conscientização e o reforço da fiscalização com tecnologia.
NP: E quais novidades estão previstas para Santiago?
Anderson: Já temos apoio legislativo para buscar recursos e implantar o vídeo monitoramento. Será um sistema de câmeras de alta resolução em pontos estratégicos da cidade. Essas imagens permitirão autuar infrações como falta de cinto, uso do celular ao volante, estacionamento irregular, invasão de faixa de pedestre e avanço de sinal. O motorista infrator receberá a notificação em casa, sem saber de onde veio, como se fosse um míssil invisível.
NP: Esse sistema é viável para o município?
Anderson: Sim, embora seja caro. Estimamos um custo de cerca de R$ 500 mil para implantação. Já buscamos informações em cidades como Santa Maria, que utilizam o modelo desde 2015. Claro que não cobrirá toda Santiago, mas será eficaz em locais estratégicos e trará mais ordem ao trânsito.
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