Após atingir patamares históricos no início de 2025, com inflação recorde e até a venda de produtos adulterados, o preço do café deve iniciar uma tendência de queda em 2026. No entanto, o recuo será gradual, pois os cafezais ainda se recuperam de safras passadas prejudicadas pelo calor e pela seca, mantendo a oferta insuficiente para a demanda global.
Clima e ciclo produtivo
Embora o cenário climático para o início de 2026 seja favorável, com chuvas previstas para a fase de florada, o histórico recente exige cautela. O setor ainda lida com as sequelas das geadas e da estiagem que afetaram o Cerrado Mineiro, além da característica bienal do cultivo, que alterna anos de alta e baixa produtividade. Para 2026, muitos cafezais estarão em fase de recomposição, limitando o potencial da colheita.
Estoque e demanda externa
No mercado externo, a expectativa do Itaú BBA é que a produção mundial supere o consumo apenas na safra 2026/2027. Até lá, os estoques seguem pressionados pela forte demanda interna e pelo aumento das exportações para os Estados Unidos, impulsionadas pelo fim das tarifas de importação. Somente a partir de setembro de 2026, quando a nova safra chegar efetivamente ao mercado, o consumidor sentirá um alívio mais perceptível.
Adaptação e novas variedades
Como alternativa estratégica, produtores têm investido no café robusta, variedade mais resistente às altas temperaturas que o tradicional arábica. Embora essas novas lavouras levem dois anos para frutificar, o aumento da proporção de robusta nos blends já é uma realidade que ajuda a conter altas ainda mais drásticas nos preços das gôndolas.
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