Guarulhos (SP) – Um cavalo de elite, avaliado em mais de 2 milhões, está entre as vítimas de um surto de intoxicação provocado por rações contaminadas da empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda. O caso já provocou a morte de 645 cavalos em pelo menos seis estados brasileiros e vem sendo classificado por criadores, veterinários e autoridades como um dos maiores escândalos da história da nutrição animal no país.
O epicentro da tragédia é a chácara Dia de Sol, na zona rural de Guarulhos (SP), onde nove animais morreram após consumir a ração da linha Foragge Horse. Segundo relatos, os cavalos apresentaram sintomas devastadores: agressividade súbita, desorientação, dificuldades para se locomover e sinais neurológicos graves.
Laudos oficiais confirmaram que as rações estavam contaminadas com monocrotalina, uma toxina produzida por plantas do gênero Crotalaria, com forte ação hepatotóxica e neurotóxica. A substância compromete o fígado e o sistema nervoso, levando os animais à morte mesmo com tratamento de suporte intensivo.
Na chácara de Guarulhos, cerca de 30 cavalos chegaram a consumir a ração antes da suspensão do uso. Os prejuízos financeiros já ultrapassam 700 mil, sem contar o valor genético e afetivo dos animais perdidos. Um dos cavalos mortos era considerado um dos mais promissores da raça marchador no Brasil.
A crise expôs falhas na cadeia de controle de qualidade de alimentos para animais de alto desempenho e segue em investigação pelas autoridades agropecuárias. Processos judiciais já são esperados por parte dos criadores afetados. Enquanto isso, o setor mantém o alerta máximo.
O que diz a Nutratta
Em nota oficial divulgada no fim de junho, a Nutratta afirmou estar colaborando com as investigações, abrindo suas instalações para fiscalização, fornecendo documentação técnica e revisando seus protocolos internos. A empresa declarou que a presença da toxina pode ter sido uma “fatalidade natural”, decorrente da contaminação acidental de matérias-primas vegetais — como feno ou grãos — vindas de cultivos com crotalária.
Apesar da gravidade do caso, a empresa obteve uma liminar na Justiça Federal que autoriza a retomada parcial das operações, com exceção da produção de rações para equinos.
Fonte: Compre Rural
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