Novo Hamburgo – Eles foram resgatados por uma força-tarefa coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em condição associada à escravidão doméstica. Os trabalhadores estavam em um alojamento precário, sem portas, banheiro ou iluminação elétrica e receberam promessas não cumpridas de salário.
Segundo a investigação, os trabalhadores teriam sido contratados por Arno Dilson Pospichil, de 75 anos, vizinho do local, com a alegação de que fariam a vigilância de um terreno baldio.
No entanto, eles supostamente faziam também serviços domésticos, como limpeza, manutenção, cuidados com animais e compras. O acusado nega que os resgatados fizessem trabalhos domésticos.
Um dos trabalhadores é piauiense (54 anos). Nos últimos seis anos, ele diz que morou e trabalhou no local com a esperança de um dia voltar para a terra natal. Segundo ele, a promessa do empregador era de que ele receberia cerca de 200 reais por semana.
“Me prometeu, mas nunca deu. Ele só dizia ‘quando tu ir embora, eu vou te dar um dinheiro bom’. E aí eu confiei, eu confiei”.
O outro resgatado prefere não se identificar. Ele conta que ficou cerca de um mês no local. A ideia era juntar dinheiro para consertar o veículo que usa para trabalhar como motorista de aplicativo. Ele alega que nunca recebeu o valor prometido.
Não tinha alimentação, não tinha água, não tinha luz. Eu acho que nem o escravo antigo passava por essa situação”, afirmou.
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