O que leva um filho a matar os pais? Psicóloga aponta sinais de alerta

O transtorno de conduta, armas em casa e isolamento podem estar por trás de crimes cometidos por adolescentes

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Rio de Janeiro – RJ – No intervalo de poucos dias, dois casos chocaram o país: um adolescente de 14 anos matou os pais e o irmão no Rio de Janeiro; outro, de 13, atirou nos avós no Paraná, matando a avó. A brutalidade levanta a pergunta: o que leva um jovem a cometer um crime tão extremo contra a própria família?

Transtorno de conduta e ausência de empatia
Segundo a psicóloga Ilana Andretta, casos assim geralmente envolvem transtorno de conduta, marcado por comportamentos agressivos e antissociais desde cedo. Jovens com esse transtorno apresentam ausência de empatia, desrespeito pelos direitos dos outros e dificuldade de aprender com as consequências de seus atos. A frieza e a falta de remorso são sinais claros, como demonstrado pelo adolescente do RJ ao dizer que “faria de novo”.

Sinais que indicam que algo não vai bem
Antes de um ato extremo, há indícios que podem ser observados: isolamento, dificuldade de interação social, reações impulsivas, problemas na escola e excesso de tempo em jogos virtuais. Esses fatores, quando combinados, podem apontar que o adolescente precisa de atenção e acompanhamento especializado.

Jogos violentos e realidade distorcida
Embora não haja consenso científico de que jogos violentos causam crimes, Ilana alerta que eles podem aumentar a agressividade e distorcer a percepção da realidade em jovens vulneráveis. O caso do RJ envolveu inclusive uma namorada virtual que o adolescente conheceu em um desses jogos, o que reforça a necessidade de atenção ao ambiente virtual.

Armas em casa: um risco maior
Em ambos os crimes, as armas usadas estavam dentro das residências, ao alcance dos adolescentes. A psicóloga destaca que a presença de armas em casa, somada a problemas emocionais, é um risco grave. Ela critica o contexto armamentista no país, que, segundo ela, só agrava o perigo.

O desafio de prevenir e acolher
Os casos seguem sob investigação, mas reforçam o alerta: a violência na adolescência é multifatorial e precisa ser enfrentada com políticas de prevenção, apoio às famílias e restrição ao fácil acesso às armas. O caminho passa por escuta, acolhimento e atenção aos primeiros sinais de que algo está fora do lugar.

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